domingo, 27 de abril de 2008

"Stuck": um novo ensaio de social horror por Stuart Gordon

Brandi é uma enfermeira que trabalha num lar e que está prestes a receber uma promoção. Tom é uma vítima das nossas sociedades capitalistas, recentemente despedido e vivendo na rua. Quando Brandi, após uma noitada cheia de álcool e de drogas, atropela Tom, o pesadelo está prestes a começar. Decidida a não deixar que os acontecimentos prejudiquem o seu radiante futuro, em vez de prestar socorro à sua vítima, Brandi segue caminho até casa e põe o carro na garagem, à espera que Tom morra para depois se livrar do corpo, sendo que o mesmo ficou preso no seu pára-brisas. Do seu lado, se quer sobreviver, Tom tem de tomar as rédeas da sua vida e escapar a qualquer custo.
Eis a premissa alucinada e poderosa (pelos vistos inspirada de uma história real!) do último filme do mítico Stuart Gordon, realizador de culto de filmes como "Re-Animator", "From Beyond", "Dolls", "King of the Ants" ou ainda o recente e excelente "Edmond". Datado de 2007, este filme chegará de certeza directamente para DVD em Portugal. Esperemos só que venha rápido porque aqui está, sem dúvida, um dos nossos filmes mais aguardados do ano, nada menos! Vejam o trailer clicando no formidável poster do filme.

sábado, 26 de abril de 2008

sexta-feira, 25 de abril de 2008

"The Sky Crawlers": sky is the limit!

Querem descobrir imagens de "The Sky Crawlers", a nova obra-prima do incontornável Mamoru Oshii, realizador do díptico "Ghost in the Shell" e de "Avalon"? Então é por aqui... e o resultado promete ser fabulosíssimo!

"The Chaser": um "Memories of Murder" meets "Seven" vindo da Coreia do Sul

Um dos sucessos de bilheteira do cinema sul-coreano de 2008, "The Chaser", primeiro filme de Na Hong-Jin, é mais uma proposta aliciante oriunda do país da manhã calma.
Baseado em factos verídicos, o filme segue a história de Jun-Ho, um antigo polícia despedido por corrupção, reconvertido agora em patrão de um negócio de prostitutas. Mas quando as suas "empregadas" começam a desaparecer umas a seguir às outras, deixando dívidas por pagar, Jun-Ho está bem decidido a ir atrás delas para recuperar o seu dinheiro. Ao investigar, Jun-Ho vai então descobrir que, antes de desaparecerem, todas as raparigas estiveram com o mesmo cliente. Continuando a sua investigação, Jun-Ho consegue apanhar esse misterioso cliente, o qual é finalmente capturado pela polícia. Confessando ter morto todas as raparigas desaparecidas, o homem deixa entender que uma das vítimas poderá ainda estar viva. O jogo do gato e do rato está então lançado…
Com um pitch muito interessante que poderá dar azo a todos os caminhos, “The Chaser” demonstra ainda, através de um formidável trailer, um cuidado estético impressionante e um ambiente negro que deixa antever um filme pesado e ambíguo como gostamos. Visualmente próximo do “Seven” de David Fincher e relembrando pelas suas temáticas e inspiração numa história real o “Memories of Murder” de Bong Joon-Ho, “The Chaser” de Na Hong-Jin tem tudo para ser mais uma pérola do cinema da Coreia do Sul. Estejam portanto atentos a este filme que irá marcar presença no próximo Festival de Cannes.

quarta-feira, 23 de abril de 2008

"Missing": o génio Tsui Hark está de volta

Pouco conhecido do grande público e de uma grande parte dos cinéfilos ocidentais, o realizador de Hong-Kong Tsui hark é sem dúvida um dos melhores e mais importantes cineastas da história do cinema, nada menos.
Verdadeiro revolucionário da 7ª Arte, organizador genial do caos em película e experimentalista sem limites, Tsui Hark passou a sua turbulenta carreira a reimaginar todos os géneros na base do cinema popular chinês. De "Don't Play With Fire" a "Zu: Warriors from the Magic Mountain", da Saga "Once Upon a Time in China" a "The Lovers", passando por "The Blade" (wu xia definitivo!), "Time and Tide e o recente "Seven Swords", Tsui Hark tornou-se um realizador mítico e único na sua abordagem extremista do objecto "filme" com as suas habituais características, ou seja, uma narrativa desconcertante, uma desconstrução radical do espaço e uma inovação visual por segundo.
Artista indispensável para qualquer cinéfilo que se preze, é com grande prazer que destacamos agora o novo filme de Tsui Hark, cineasta demasiado raro utlimamente. Intitulado "Missing", pouco sabemos ainda sobre o filme, apenas que deverá tratar-se de uma mistura de história de amor romântica com thriller submarino, tendo por cenário as ruínas da Ilha Yonaguni no Japão.
O presente trailer não tem, infelizmente, grande qualidade e ainda revela pouco do filme que nos espera. Todavia, conhecendo o génio louco de Tsui Hark, deveremos ser brindados por uma história dispersa e confusa, transcendida por uma mise en scène radical e virtuosa de ficar de boca aberta, provando assim que o cineasta continua em plena forma, como demonstraram os seus útlimos filmes, o visceral e icónico "Seven Swords" e o surpreendente "Triangle" em parceria com os não menos excelentes Ringo Lam e Johnnie To. Agora resta o mais difícil, esperar!

Festival de Cannes 2008

É de 14 a 25 de Maio que irá decorrer a 61ª edição do Festival de Cannes. Hoje, em conferência de impressa, foram divulgados os júris das várias secções como também o integral da programação.
Dos júris, destaca-se o Presidente das Longas-Metragens, o actor Sean Penn, e o Presidente das Curtas-Metragens, o realizador de Taiwan, Hou Hsiao-Hsien.
Dos filmes em competição, os mais aguardados são certamente "Changeling" de Clint Eastwood e "Synecdoche, New York", primeiro filme do brilhante argumentista Charlie Kaufman, referindo-se ainda "Adoration" de Atom Egoyan, "Che" de Steven Soderbergh e "The Palermo Shooting" de Wim Wenders.
Da secção "Un Certain Regard", o destaque vai para "Tokyo!" do trio Bong Joon-Ho, Leos Carax e Michel Gondry, e sobretudo para o novo Kiyoshi Kurosawa, um dos nossos cineastas nipónicos preferidos, "Tokyo Sonata".
Por fim, fora da competição, os nossos dois filmes mais esperados são sem dúvida "Indiana Jones and the Kingdom of the Crystal Skull" de Steven Spielberg e "The Good, The Bad and The Weird" do excelente Kim Jee-Won, sendo este último se calhar o nosso filme mais ansiado do Festival. Destaque ainda para "Ashes of Time Redux" de Wong Kar-Wai, nova versão do seu soberbo e atípico wu xia pian, "Chelsea Hotel" de Abel Ferrara, "Maradona" de Emir Kusturica, documentário sobre o controverso jogador de futebol, "Surveillance" de Jennifer Lynch, filha de David "Eraserhead" Lynch, e "Vicky Cristina Barcelona" do incansável Woody Allen.
Podem portanto consultar o integral da programação dos filmes e da composição dos vários júris no site oficial do Festival, clicando no poster mais acima.

"Sauna": o cinema de género nórdico continua a crescer

À semelhança da ressurgência do cinema de género, e em particular o terror, que se tem verificado na Europa, o cinema nórdico tem apresentado sérias propostas de horror movies de todo o tipo, do slasher ao survival mais hardcore. De "Cold Prey" a "Rovdyr" passando por "Naboer" e o recente "Let the Right One In", são assim vários filmes que demonstram a vitalidade do cinema de género nórdico actual.
A essas obras, junta-se o novo filme do finlandês Antti-Jussi Annila intitulado "Sauna", filme de terror atmosférico que tira partido dos cenários gélidos e enevoados tão particulares e evocadores do seu país de origem. Realizador de um curioso "Jade Warrior" que desiludiu a generalidade dos espectadores do Fantasporto do ano passado, esperemos que Annila nos convença com o seu segundo ensaio. As primeiras imagens deste "Sauna" são de facto muito promissoras.

"Outlander": Ficção Científica + Vikings

Jim Caveziel, Ron Perlman e John Hurt num filme de Ficção Científica com Vikings realizado por um total desconhecido, que é isto?

domingo, 20 de abril de 2008

Estreias de Abril: os filmes a ver (2ª parte)

Depois de uma 1ª parte onde destacamos “[Rec]” de Jaume Balagueró e Paço Plaza assim como “Youth Without Youth” de Francis Ford Coppola (que entretanto já vimos e que, apesar de nos ter parcialmente convencido, não deixa de ser um belo regresso de um mestre há demasiado tempo afastado do grande ecrã), estamos de regresso para a 2ª parte dos filmes a ver neste prolífico mês de Abril (o mês de Maio ainda promete mais estreias, pelo menos em quantidade). Assim, são mais 3 incontornáveis para ir ver este mês numa sala de cinema digna desse nome:

- “We Own The Night” de James Gray:
Terceiro filme do talentoso e infelizmente pouco conhecido realizador americano James Gray, “We Own The Night” continua a explorar os temas de predilecção do cineasta, os mesmos que marcaram a diferença nos trágicos “Little Odessa” (1994) e “The Yards” (2000). Aliás esse poderá ser o único verdadeiro defeito a apontar ao seu novo filme, não se regista uma verdadeira evolução temática no cineasta e é inevitável uma impressão de déjà vu. Todavia, ninguém conta histórias como James Gray e sobretudo ninguém explora com tanta emoção e intensidade as relações humanas e familiares no seio do filme de género tradicional. Assim, relembrando à primeira vista os universos de Martin Scorsese ou de Francis Ford Coppola, o cineasta desmarca-se de qualquer influência, criando o seu próprio universo, ao introduzir a noção de tragédia, no sentido shakespaeriano da palavra, em histórias de crime aparentemente já vistas, fazendo da mesma o verdadeiro cimento que interliga todas as peças dos seus argumentos.
Em “We Own The Night”, reencontramos portanto tudo o que faz o preço dos filmes de James Gray, ou seja, as relações familiares tensas e ambíguas, os eternos dilemas entre ser quem queremos ser ou ser quem a nossa família quer que sejamos, as noções de dever, de lealdade, de redenção, de escolha, a ténue fronteira ente o bem e o mal, a traição, a perda e o sacrifício. São estes sentimentos que o cineasta leva ao auge da emoção pura através de um história tradicional de polícias e ladrões, apoiando-se na sua habitual realização sóbria e numa direcção de actores como poucos são capazes. De facto, Gray nunca foi um realizador virtuoso da câmara mas sim muito mais um esteta, no sentido de que o valor dos seus quadros prende-se sobretudo pelo trabalho da luz, pelo posicionamento das personagens e pela quantidade de informação contida no enquadramento. Nesse contexto, o cineasta transforma-se num enaltecedor do pormenor, onde a importância é dada antes de tudo aos gestos, aos olhares, às atitudes, numa sobriedade e aparente simplicidade em total contraste com a complexidade do que se passa no interior das suas personagens torturadas. Da mesma forma, um resultado tão emocionalmente forte não seria possível sem uma direcção de actores perfeita, sem dúvida uma das maiores qualidades de James Gray. Assim, o filme vale muito pelas interpretações, desde os seus actores fetiches Joaquin Phoenix (muito intenso) e Mark Wahlberg (impecável de contenção), passando por Robert Duvall (imperial) e por uma Eva Mendes surpreendentemente credível e inspirada, mais uma prova da magia operada pelo realizador.

Não se fiem portanto no trailer que tenta vender um filme de crime recheado de acção e tiroteios, “We Own The Night” é um filme de uma sensibilidade à flor da pele que nos leva pelos caminhos difíceis dos nossos demónios interiores, onde as nossas contradições e os nossos dilemas morais se confrontam de forma contida mas violenta com a nossa identidade intrínseca e os nossos laços familiares mais profundos. Até nas suas 3 cenas de acção, que demonstram que o realizador continua a crescer, uma brutal rusga num laboratório clandestino, uma perseguição de carros em plena chuva torrencial que William Friedkin não teria renegado e um showdown final altamente simbólico, James Gray continua a privilegiar as suas personagens e o que elas ressentem face aos acontecimentos, multiplicando o impacto emocional dos mesmos no espectador. Como terão percebido, “We Own The Night” é mais um grande filme de James Gray, um cineasta que merece sem dúvida ser muito mais conhecido e reconhecido. Estreia a 17 de Abril.

- “Diary of the Dead” de George A. Romero:
Este mês de Abril marca também o regresso do mítico George A. Romero às salas nacionais. Tínhamos deixado o mestre de Pittsburgh em plena forma após um “Land of the Dead” cheio de raiva e de mestria visual, digno 4º volume da indispensável saga dos mortos-vivos. Verdade seja dita que o seu novo filme, “Diary of the Dead”, 5º filme de zombies para o cineasta, começou por nos inquietar seriamente. De facto, Romero sucumbiu à moda actual do reality-cinema, recorrendo aos mesmos métodos de filmagens que “[Rec]” ou “Cloverfield”, e só podíamos estar dubitativos quanto ao resultado. Foi infelizmente de pé atrás que entramos na sala de cinema.
Daí que a surpresa saiba ainda melhor! Pois é, “Diary of the Dead” é simplesmente um filme de uma inteligência e de uma ferocidade que não estávamos à espera, apesar de sermos fãs incondicionais de George A. Romero. Mesmo se o filme é no final inferior aos 4 filmes anteriores do mestre, porque não consegue reiterar a mistura perfeita de filme de terror visceral e de panfleto político-social poderoso, “Diary of the Dead” revela-se uma verdadeira reflexão sobre o poder das imagens e a responsabilidade de quem filma, abordando de forma frontal os temas dos medias, da overdose de informação das nossas sociedades modernas e da utilização dessa informação pelos poderes políticos. Assim, se o método de filmagem continua a ser discutível, Romero tem a inteligência, ao contrário dos cineastas que têm recorrido a esse método, de justificar a sua escolha temática e intelectualmente, ao fazer do seu “Diary of the Dead” um falso filme de terror mas uma profunda reflexão sobre o cinema e o impacto das imagens sobre o espectador. Óptica muito arriscada, essa postura self-conscious dentro do filme de género dá geralmente sempre para o torto, mas Romero tem tanta segurança no seu discurso e domina de tal forma os códigos do género que nunca cai no cinismo ou no distanciamento, mesmo quando recorre a um humor referencial surpreendente.

Aliás, se há um filme com o qual se pode comparar “Diary of the Dead”, é na realidade o “Redacted” de Brian De Palma, também um panfleto hardcore, neste caso sobre a guerra do Iraque, mas que se questiona sobre as imagens e o poder das mesmas. Mas onde o ensaio de Romero acaba por ser superior ao do De Palma é porque o realizador de Pittsburgh nunca se esquece que a sua reflexão se insere num filme de género, brindando-nos com suficientes cenas de zombies e de gore in your face para nos lembrar que estamos efectivamente num filme de George A. Romero. Até o gore, marco de fabrico do cineasta, assume uma carga simbólica como nunca tínhamos visto antes.
Dessa forma e pecando apenas por ser perfectível em termos de filme de terror puro, “Diary of the Dead” é de uma coerência imparável e obriga-nos a reflectir constantemente sobre o que estamos a ver e ouvir, pondo em questão aquilo em que acreditamos e fazendo-nos assumir as nossas responsabilidades no estado actual do mundo. Paralelamente, Romero não se esquece das suas habituais cenas viscerais, onde as personagens (jovens actores desconhecidos particularmente convincentes) passam o tempo a matar desconhecidos, familiares ou até entre eles, e também de um tom francamente pessimista, que tem vindo a crescer ao longo da saga, explodindo numas imagens finais de gelar o sangue.
Contra todas as expectativas, “Diary of the Dead” é um reboot inesperado de uma das sagas mais importantes da 7ª Arte, um filme indispensável de um cineasta cada vez mais lúcido sobre as nossas sociedades e imparável no seu domínio dos códigos do cinema de género. Estreia 17 de Abril.

- “Blade Runner” de Ridley Scott:
Para acabar o mês em grande, nada melhor do que redescobrir um dos melhores filmes da história da 7ª Arte (quem disse o melhor?) numa sala de cinema. De facto, muitos nunca viram “Blade Runner” de Ridley Scott no cinema, tendo gasto anos a fio a banda magnética da sua velha cassete de vídeo. Aproveitando os 25 anos do filme, “Blade Runner” na sua versão final cut irá estrear nos cinemas nacionais, esperando-se que não seja num circuito de salas demasiado restrito.
E que dizer sobre este filme? Que se trata simplesmente de uma obra-prima absoluta do cinema e que merece ser estudado extensivamente, o que se calhar faremos neste blogue um dia destes, it’s a promise! Portanto, se vão ver um único filme no cinema este mês, já sabem qual é que devem escolher. Estreia 24 de Abril.

Para o mês de Abril é tudo, preparem-se desde já para um mês de Maio carregadíssimo. We’ll be back!

sábado, 19 de abril de 2008

"Mirrors" e "Piranha": os novos projectos de Alexandre Aja

Após as duas bombas atómicas que foram "Haute Tension" e "The Hills Have Eyes", estávamos impacientes de rever o jovem prodígio francês Alexandre Aja atrás das câmaras.
Apesar de marcar presença, com o seu comparsa de sempre Gregory Levasseur, no argumento e na produção do thriller "P2" (estreia nacional 8 de Maio) realizado por Franck Khalfoun, cujas várias reviews não foram muito entusiastas, Aja só regressará à realização com, primeiro, o thriller sobrenatual "Mirrors" (remake do sul-coreano "Into the Mirror" de Kim Sung-Ho) previsto para 15 de Agosto nos Estados Unidos e, segundo, com o monster movie "Piranha" (remake do filme homónimo de 1978, dirigido por Joe Dante e produzido por Roger Corman) que deverá estrear nos cinemas norte-americanos a 24 de Julho 2009.
No caso de "Mirrors", que conta no seu elenco com Kiefer Sutherland, Paula Patton e Amy Smart, o filme já se encontra em sala de montagem e praticamente acabado. Algumas fotografias foram reveladas na Net e espera-se ansiosamente o primeiro trailer. Segundo declarações do realizador (que poderão ler na integralidade no site Shock Till You Drop, clicando nas imagens do filme), "Mirrors" será rated R ao contrário da generalidade dos thrillers sobrenaturais produzidos pelas majors e irá certamente proporcionar uma boa dose de violência e de terror visceral mas apostando mais no ambiente e no subtexto do argumento.

O projecto seguinte será, como é evidente, completamente diferente. De facto, o remake de "Piranha" deverá permitir ao cineasta fazer um filme muito mais fun e endiabrado. Também segundo as suas declarações (clicar no poster mais acima para ler as mesmas no site Bloody-Disgusting), Alexandre Aja promete um filme ultra gore e um autêntico ride irreverente e sem limites principalmente dirigido aos geeks. Mas a maior novidade é que o filme será rodado em 3-D e, normalmente, com a mesma companhia que trabalha neste momento no "Avatar" de James Cameron, futuro monumento da ficção científica cinematográfica.
São portanto dois projectos aliciantes que nos reserva a dupla Alexanbre Aja e Gregory Levasseur, apesar de se tratar de dois remakes, mas quando se vê o resultado alcançado com "The Hills Have Eyes", também ele um remake, podemos estar bastante confiantes e impacientes.

"The Strangers": um filme de terror old school?

Já se ouve falar deste "The Strangers" há algum tempo. Primeiro filme do desconhecido Bryan Bertino, esta produção Rogue Pictures de 10 milhóes de dólares andou para aí perdida (até chegou a aparecer um tempo no calendário das estreias nacionais) mas finalmente já tem data de estreia nos Estados Unidos prevista para 30 de Maio.
"The Strangers" apresenta-se como um filme de terror contra-corrente, no sentido de que a moda está mais virada para o torture filck ultra gore do que propriamente para o filme de ambiente e terror subjectivo. Assim, apesar de uma base de partida semelhante ao falhado e sobrestimado "Ils" dos franceses Xavier Palud e David Moreau, o trailer promete uma verdadeira realização atmosférica e uns momentos de tensão directamente inspirados das eficazes séries B dos anos 70, onde se faziam filmes de terror de qualidade e para adultos com uma facilidade desconcertante.
Contando com os actores Liv Tyler e Scott Speedman nos papéis principais, esperemos que o primeiro filme de Bryan Bertino seja uma agradável supresa e que este trailer que vende muito bem o filme não seja enganador. Wait and see, como se costuma dizer.

(até o poster é old school!)

"Hellboy II: The Golden Army" by Guillermo Del Toro

"The Spirit" by Frank Miller: Teaser Poster e Teaser Trailer

quinta-feira, 17 de abril de 2008

"The Midnight Meat Train": badass Ryuhei Kitamura

Já andam a cicurlar na Net há algum tempo imagens e vídeos do primeiro filme americano do genial e alucinado realizador japonês Ryuhei Kitamura ("Versus" e "Azumi" para citar só os mais emblemáticos), "The Midnight Meat Train", adaptação do livro do incontornável Clive Barker.
Mas como somos incorrigíveis aficionados de imagens gore e ambientes doentios, não podíamos deixar passar uma nova foto do filme que acabou de ser divulgada. Se já estávamos impaciente em descobrir este filme de terror sem concessões e certamente com uma realização acima da média , agora já se torna difícil aguentar a espera. Com um pouco de sorte, ainda vamos ver este "The Midnight Meat Train" antes do final do ano e numa sala de cinema. Let's pray Satan himself for that!

"I Come With The Rain": Promo Reel de 5 minutos

Quando o realizador vietnamita Tran Anh Hung, representante de um certo cinema de autor asiático com filmes para festivais como "The Scent of Green Papaya", "Cyclo" ou "At the Height of Summer", decide atacar frontalmente o cinema de género, o resultado é "I Come With The Rain" cujo promo reel de 5 minutos que destacamos agora é simplesmente soberbo e hipnótico. Rodado em língua inglesa e contando com um elenco internacional supreendente (Josh Hartnett, Lee Byung-Hun, Elias Koteas e Shawn Yue), "I Come With The Rain" acaba de se transformar num dos nossos filmes mais esperados de 2008 e, infelizmente, não vai ser fácil conseguir ver este filme!

terça-feira, 15 de abril de 2008

"The Incredible Hulk": Doctor Edward & Mister Norton

"The Incredible Hulk" de Louis Leterrier ou o filme que vai fazer reavaliar o "Hulk" de Ang Lee pelos seus inúmeros e injustos detractores. Vai uma aposta?

segunda-feira, 14 de abril de 2008

"Batman: Gotham Knight": comic-book versão japanime

A não ser que tenham hibernado no último ano, sabem todos que no próximo mês de Julho irá finalmente estrear a aguardada sequela do "Batman Begins" de Christopher Nolan, intitulada "The Dark Knight", onde o célebre Caped Crusader de Gotham City irá agora defrontar os temíveis Joker e Two-Face.
À semelhança do projecto "The Animatrix", foi dedicido produzir vários desenhos animados para criar uma ponte entre os dois filmes e entregar esses vários episódios aos melhores estúdios japoneses de anime, nomeadamente Madhouse ("Paprika"), Production I.G. ("Ghost in the Shell", "Jin-Roh") e Studio 4ºC ("Memories", "Metropolis", "The Animatrix", "Tekkonkinkreet"). Destinado ao mercado do DVD com venda prevista nos USA a 8 de Julho, ou seja 10 dias antes da estreia de "The Dark Knight", "Batman: Gotham Knight" será composto de 6 episódios independantes onde o taciturno super-herói da DC irá lutar contra variadíssimos vilões, desde Killer Croc, Scarecrow ou ainda Deadshot.
Como podem comprovar no seguinte trailer, clicando na imagem abaixo, o resultado promete ser bombástico e não há dúvidas que o grande Batman adapta-se mesmo bem ao traço tão particular dos artistas japoneses. Tarda-nos descobrir isto para nos prepararmos da melhor maneira a "The Dark Knight" (trailer clicando na imagem acima), um dos potenciais melhores filmes do ano.

"An Empress and the Warriors": Ching Siu-Tung de volta!

Um dos mais conceituados e procurados coreógrafos de Hong-Kong está finalmente de volta à realização de um projecto digno de interesse. De facto, Ching Siu-Tung, responsável das cenas de acção de filmes tão importantes como "Peking Opera Blues", "A Better Tomorrow II", "The Heroic Trio", "Shaolin Soccer" e "Hero", entre muitos outros, estava há mais de 10 anos perdido nos filmes de encomenda e outros filmes pouco recomendáveis ("Belly of the Beast" com Steven Seagal, wtf?!?). Desde a sua dinâmica homenagem aos filmes de aventuras serialescos, "Dr. Wai in The Scripture With no Words" com Jet Li, já datado de 1996, que Ching Siu-Tung não fazia nada de jeito, apenas mantendo a sua excelência nas obras dos outros.
Eis então que surge este "An Empress and the Warriors", wu xia pian aparantemente influenciado pelo aclamado "The Warlords" de Peter Chan, filme altamente recomendável que veio sem dúvida dar um novo fôlego a um género que precisava de voltar ao visceralismo e brutalidade que sempre foram as suas características mais interessantes, até que os Zhang Yimou, Chen Kaige, Feng Xiaogang e outros supostos estetas tenham gangrenado o género.
Assim, o novo filme de Ching Siu-Tung poderá não ser propriamente inovador (para além de "The Warlords", lembramo-nos dos incontornáveis "Fearless" de Ronny Yu e "Seven Swords" de Tsui Hark mas também do filme mais emblemático do realizador, o mítico "A Chinese Ghost Story" com a sua fotografia onírica que fez escola) mas não podemos contrariar o nosso entusiasmo ao ver o melhor artista marcial actual, o grande Donnie Yen, num papel de vilão carismático envolvido em batalhas dantescas e lutas corpo a corpo que prometem coreografias como só Ching Siu-Tung sabe fazer.
Esperemos então que este "An Empress and the Warriors", que consta ainda com Leon Lai e Kelly Chen no elenco principal, seja o digno regresso de Ching Siu-Tung a um dos géneros que fez o seu renome. Basta clicar na imagem mais acima para ver os 2 trailers do filme.

sexta-feira, 11 de abril de 2008

"Rogue": mas onde está o crocodilo gigante?


Desde o inesperado sucesso junto dos geeks do shocker "Wolf Creek" do australiano Greg McLean que esperávamos ansiosamente pelo seu novo filme. Cedo se ouviu então falar do projecto "Rogue", filme de terror de um género específico e um pouco esquecido, o monster movie.
A história segue um jornalista americano (Michael Vartan) e um grupo de turistas em viagem pelas zonas inóspitas da Austrália que vão ser confrontados com um gigantesco crocodilo adepto de carne humana e particularmente feroz.
Concluído desde meados 2006 e após ter-se revelado através de umas primeiras imagens poderosas, "Rogue" desapareceu pura e simplesmente do circuito durante mais de um ano. O que se passou? Por razões ainda pouco claras, o filme ficou nas gavetas dos execráveis irmãos Weinstein, produtores do filme e acostumados a esse tipo de práticas indefensáveis.
Após esta passagem forçada pela prateleira, o filme felizmente reapareceu, marcando presença em Stiges, Málaga e Gérardmer com reviews muito positivas. Bem recebida foi também a estreia na Austrália e o filme prepara-se para estrear finalmente nos Estados Unidos, mas claro, num circuito restrito de salas (esses bois dos Weinstein!).
Em Portugal, a distribuição do filme está a cargo da EcoFilmes que, após sucessivas alterações de calendário, não tem neste momento data prevista para a estreia. Esperemos que com o desbloqueio da situação por parte da Weinstein Company, tenhamos o prazer de ver rapidamente chegar este filme às salas portuguesas.
Podem então espreitar o trailer deste "Rogue" de Greg McLean, clicando nas fotos, sendo que o talentoso jovem australiano parece ter feito a sua versão do "Jaws" de Steven Spielberg, prestando assim uma homenagem a um dos monster movies mais emblemáticos da história do cinema, mas não abdicando do seu cunho visual e da sua personalidade fílmica, características particularmente fortes como já o demonstrava de bela maneira o seu primeiro filme, "Wolf Creek". Digam lá que não tinham saudades de um grande filme de crocodilo carnívoro!

BIFFF 2008


A 26ª edição do BIFFF (Brussels International Fantastic Film Festival ) chegou ao fim no passado dia 08 de Abril , após mais uma excelente programação, fazendo deste festival um dos melhores dentro no género na Europa a par do incontornável Festival de Stiges.
O júri presidido pelo veterano cineasta italiano Umberto Lenzi (e onde marcava presença também Bong Joon-Ho, talentoso realizador sul-coreano de "Memories of Murder" e "The Host") atribuiu o prémio mais emblemático do festival, o "Corvo de Ouro", ao thriller hardcore tailandês "13 Beloved" de Chukiat Sakveerakul, para surpresa de todos que previam que novamente [Rec] de Jaume Balagueró e Paco Plaza arrecadaria mais um prémio de topo.
Mas o filme espanhol teve de se contentar com o Prémio do Público e, sobretudo, o "Corvo de Prata", que partilhou com o ultra aguardado "Stuck" do mítico Stuart Gordon, planfleto sem concessões sobre os males das nossas sociedades modernas com algum humor negro à mistura.
Não podemos deixar de referir o prazer que tivemos ao descobrir que o "Meliès de Prata" foi atribuído ao filme francês "Frontière(s)" do muito promissor Xavier Gens, survival tenso e muito bem realizado ignorado no seu país de origem mas que, embora sofra de evidentes erros de juventude, aconselha-se a todos os fãs de filmes sinceros e que fazem jus ao género que defendem.
Para a lista completa dos prémios e programação, é só clicar na foto mais acima. Em breve, voltaremos a falar em Festivais com um balanço detalhado do nosso nacional Fantasporto, edição 2008. Stay tuned!

terça-feira, 8 de abril de 2008

"Tokyo Gore Police": ultimate guilty pleasure!

Quando o responsável dos efeitos especiais do chanfrado "Machine Girl" (ver arquivo de 31 de Março) passa para atrás das câmaras, o resultado é este: "Tokyo Gore Police" ou o filme que faz passar "Ichi the Killer" de Takashi Miike por uma produção da Disney!

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Estreias de Abril: os filmes a ver (1ª parte)

Tendo em conta o volume crescente de estreias semanais que se tem verificado no nosso circuito comercial, esta rubrica pretende direccionar os amantes de cinema de género através os meandros diabólicos tecidos pelas distribuidoras nacionais, entre aquele cinema de autor pretensioso e pseudo-intelectual pensado exclusivamente para quem o faz e para os críticos que querem ficar bem vistos e o lixo industrial vindo de Hollywood que contamina os multiplexes e os seus zombies auto-denominados fãs de cinema.
Assim e esperando-se que não haja as habituais alterações do calendário das estreias, 5 filmes destacam-se este mês. Para já, ficam aqui 2 deles:

- "[Rec]" de Jaume Balagueró e Paco Plaza:
Este filme de terror espanhol já dispensa apresentações, tanto tem sido o seu sucesso e a sua aceitação pelos fãs de cinema de género, nomeadamente no último Fantasporto. De facto, é um filme que se deve experienciar numa sala de cinema se o espectador quer desfrutar plenamente do que o filme tem para oferecer, ou seja, uma eficácia imparável. Como se tem visto, está na moda os filmes realizados em câmara subjectiva e ao estilo documentário (câmara ao ombro e grão da imagem) mas, apesar do conceito continuar a ser particularmente artificial, "[Rec]" é no entanto bem superior aos sobrestimados "The Blair Witch Project" ou "Cloverfield", simplesmente porque a dupla atrás das câmaras tem uma verdadeira visão de cinema (sobretudo Balagueró aliás) o que não é o caso dos dois filmes pré-citados (Myrick e Sánchez limitam-se neste momento a fazer filmes de série B ou Z em DTV e Matt Reeves está apenas ao serviço de um produto marketing).
Assim, "[Rec]" é coerente e tem mais ideias de cinema por cena do que esses 2 filmes juntos, conseguindo até dar uma espessura dramática bastante interessante à sua história básica num final deveras perturbador. O verdadeiro problema do filme reside finalmente no que faz a sua força, i.e., o seu próprio conceito que num efeito perverso limita consideravelmente o impacto do filme no tempo, não sobrevivendo a várias visões. Em conclusão, um bom filme de terror com um efeito imediato que poucos outros filmes do género se podem orgulhar de atingir mas que demonstra também que nada é mais poderoso que um puro filme de cinema com tudo o que isso implica de efeitos de mise en scène, ambientes trabalhados e planos de câmara arrojados. Aliás bastará comparar o primeiro filme de Jaume Balagueró, "Los Sin Nombre", a este "[Rec]" para constatar que o primeiro ainda perturba a nossa memória passado quase 10 anos enquanto este último irá dissipar-se tão rápido quanto o seu impacto foi forte. De todas as maneiras, não percam este rollercoaster bem feito dentro das suas pretensões, o thrill proprocionado vale sem dúvida a pena. Estreia a 10 de Abril.

- "Youth Without Youth" de Francis Ford Coppola:
Ora aqui está um filme que não se enquadra precisamente no cinema de género mas como somos cinéfilos antes de ser aficionados de cinema de género, é portanto impossível não destacar o novo filme de Francis Ford Coppola, o outrora genial cineasta por trás de "The Godfather", "The Conversation", "Apocalypse Now", "Rumble Fish" ou ainda "Tucker". Há muito tempo que Francis Ford Coppola já não é o realizador de obras-primas que conhecíamos, aliás os anos 90 foram o início da decadência. Mesmo se "The Godfather: Part III" e "Dracula" apresentam fortes qualidades, já os sinais não enganavam e o que veio a seguir veio confirmar que o realizador já não tinha aquela mestria característica dos maiores. "Jack", "The Rainmaker" e o pesadelo "Supernova" (substituiu Walter Hill quando lhe foi retirado o filme) acabaram com um cineasta conhecido pela sua integridade artística e também a sua megalomania.
O projecto "Youth Without Youth" foi portanto inesperado e apresenta-se como uma obra pessoal para o realizador, longe dos grandes estúdios de Hollywood, feito em paz e serenidade, enquadramento que não é propriamente habitual para Francis Ford Coppola. É assim esperado um filme introspectivo e filosófico, apoiando-se principalmente nas suas personagens e onde acreditamos que poderemos reencontrar a forma peculiar de realizar de Coppola, essa tão própria narrativa épica cheia de emoção contida. Esperemos que este seja o regresso definitivo de um grande senhor da 7ª Arte, apesar da gélida recepção da qual foi objecto "Youth Without Youth". Estreia a 10 de Abril.

Falaremos em breve dos outros 3 filmes en questão. Keep watching!

sábado, 5 de abril de 2008

"Blindness": Fernando Meirelles adapta "Ensaio Sobre a Cegueira"

O brilhante realizador de "Cidade de Deus" e "The Constant Gardener" revela finalmente às primeiras imagens da sua nova obra, a adaptação do livro de José Saramago "Ensaio Sobre a Cegueira", intitulado em inglês "Blindness".
Este curto teaser permite desde já deslumbrar um filme visualmente ambicioso que procura instalar um ambiente apocalíptico através do habitual trabalho de câmara impressionante de Fernando Meirelles e de uma fotografia particularmente saturada, fria e onírica, do fiel colaborador César Charlone que oficiou como Director de Fotografia nos seus dois filmes anteriores.
Não será finalmente essa a característica principal de uma adaptação conseguida? Transformar as características específicas do suporte literário, arte da escrita onde a imaginação do leitor é soberana e inigualável, em códigos narrativos e estéticos próprios ao media cinema, onde a imagem e o ponto de vista do cineasta atrás das câmaras devem proporcionar uma experiência ao espectador? Penso sinceramente que sim e Fernando Meirelles já o demonstrou em "The Constant Gardener", reapropriando-se a obra original de John le Carré para transmitir a sua visão do mundo, antes de tudo pelo seu trabalho de câmara e nunca através de um excesso discursivo ou de qualquer outro artifício que caracterizam a generalidade das adaptações de livros feitas em Hollywood.
Nesse contexto, não me admirava nada que "Blindness" viesse confirmar de forma inequívoca o talento indecente do qual Fernando Meirelles fez prova nos seus filmes precedentes. A comprovar antes do final do ano, se tudo correr bem.

sexta-feira, 4 de abril de 2008

"Hellboy II: The Golden Army": novo trailer

Palavras para quê? Isto vai ser grandioso demais para ser verdade!

Espanha ou a Terra Prometida do cinema de género europeu

Com a estreia iminente no nosso circuito comercial (dia 10 de abril) de [Rec], filme de terror realizado pela dupla Jaume Balagueró/Paco Plaza, cuja terrível eficácia tem convencido os geeks por toda a parte, embora no meu entender o seu conceito limite grandemente a sua perenidade, é de aproveitar para reafirmar uma evidência demasiadas vezes esquecida: o cinema de género espanhol é simplesmente um modelo de qualidade que deveriam seguir as outras cinematografias europeias.
Apesar da França estar finalmente a acordar (regressaremos a este tema em particular brevemente), dos nórdicos continuarem a surpreender esporadicamente e do Reino Unido contar com dois ou três cineastas fortes nesta matéria, a vitalidade e a mestria demonstradas com uma facilidade desconcertante pelo cinema espanhol têm deixado a léguas qualquer tipo de concorrência. Como prova inequívoca desse facto, deixo aqui estes vários trailers de filmes que gostaríamos fortemente de ver estrear nas salas nacionais.

"Martyrs" de Pascal Laugier

Este filme anuncia-se muito promissor (mais um filme de terror francês). Fiquem atentos, deveremos voltar em breve com um trailer digno desse nome. Até lá cliquem na imagem para ver um rol de imagens bárbaras. Stay tuned!

quinta-feira, 3 de abril de 2008

"The Spirit" by Frank Miller


"Shamo": uma bomba de ultra violência em perspectiva


O cinema de Hong-Kong tem ultimamente sofrido da comparação com os seus ilustres vizinhos que são o Japão e a Coreia do Sul, e isso desde o retrocesso da península à China. Se recentemente citávamos o indispensável Johnnie To como um dos raros cineastas locais a manter um grande nível de qualidade (convém não esquecer no entanto o imprivisível Tsui Hark, somente um dos melhores cineastas de todos os tempos!), podemos referir outro jovem cineasta de Hong-Kong que tem permitido manter os olhos virados para o cinema local: o talentoso Soi Cheang.
Com uma carreira iniciada apenas em 2000, Soi Cheang começou, como é habitual na península, por realizar filmes de encomenda, tendo dado nas vistas com o filme de terror "Horror Hotline... Big Head Monster". Todavia, o jovem realizador foi pouco a pouco desenvolvendo um universo e uma linguagem cinematográfica muito próprios, os quais foram verdadeiramente efectivos no seu filme "Love Battlefield", curiosa mistura entre thriller sem concessões e filme romântico tocante.
Nesse contexto, Cheang tornou-se evidentemente um realizador a seguir mas, mesmo assim, nada nos tinha preparado para o choque visual e emocional que representou o seu "Dog Bite Dog", ensaio de 2006 de um negrume, uma violência e uma ambiguidade totalmente avassaladores. Com uma mestria técnica digna dos maiores cineastas (é preciso ver para querer a forma no mínimo destemida como utiliza a sua câmara para nos implicar na trágica odisseia sangrenta das suas personagens), uma direcção de actores surpreendente (ver a interpretação do geralmente insosso Edison Chen para se convencer disso) e mais uma vez uma mistura de género imparável (drama, acção, policial, filme social), "Dog Bite Dog" revelou-se um autêntico soco no estômago e uma visceral descida aos infernos inesquecível (para quando em Portugal, caraças!).
Daí que não podíamos deixar passar os seus novos projectos, tratando-se neste momento de dois filmes: o ainda em pós-produção thriller de acção "Assassins", estando apenas o poster disponível, e o já finalizado "Shamo", adaptação de um manga ultra violento sobre combates de boxe clandestinos (tema já presente em segundo plano em "Dog Bite Dog"), que tem sido relativamente bem recebido nos numerosos festivais onde marcou presença.

Se "Shamo" não tem beneficiado de tanto entusiasmo como "Dog Bite Dog", os trailers que disponilizamos agora são no entanto de uma potência arrasadora que deixa uma vontade enorme de descobrir o filme de imediato. Sem dúvida que Soi Cheang vai levar mais uma vez para novos patamares a violência, a amoralidade e a implicação total do espectador. Mas melhor do que palavras, são as imagens, portanto é só clicar na foto. Se não conheciam este formidável cineasta, é favor descobrir os seus filmes quanto antes. 'Nuff said!


quarta-feira, 2 de abril de 2008

IndieLisboa 2008

Mais 3 semanas e estaremos prestes a assistir a uma nova edição do IndieLisboa (24/04 - 04/05), a quinta para ser mais preciso. Quem já nos conhece de outras aventuras e quem prestou atenção aos primeiros passos deste blogue, deduziu com facilidade que não somos propriamente uns incondicionais do cinema independente, seja ele de que nacionalidade for.
No entanto, o jovem festival IndieLisboa tem aberto a porta a muitos filmes inéditos em Portugal (e alguns vão continuar a sê-lo de certeza por muito mais tempo ainda infelizmente) que se enquadram na perfeição naquele cinema visceral, transgressivo, descomplexado e, sobretudo, formalmente impressionante que tanto veneramos.
Passaram assim pelas 4 primeiras edições do festival, filmes como "Hard Luck Hero" do japonês Sabu, "The Big Red One" do mítico Samuel Fuller, a trilogia "Infernal Affairs" da dupla Andrew Lau/Alan Mak, "Loft" do mestre Kiyoshi Kurosawa, "Mirrormask" do britânico Dave McKean, o crepuscular e inesquecível western australiano "The Proposition" realizado por John Hillcoat e escrito por Nick Cave, o indispensável "Pat Garret & Billy the Kid" do grande Sam Peckinpah, o hardcore "Princess" do dinamarquês Anders Morgenthaler, "A Scanner Darkly" do norte-americano Richard Linklater, a belíssima homenagem ao cinema mudo "La Antena" do argentino Esteban Sapir e também uma excelente retrospectiva do atípico cineasta nipónico Shinji Aoyama assim como a presença no cartaz de cada edição de um filme do incontornável realizador de Hong-Kong, Johnnie To, com "Breaking News" (um plano-sequência inicial alucinante!), "Yesterday Once More", "Election" e "Exiled" (obra-prima!).
Aliás, o grande destaque desta edição de 2008 é precisamente uma retrospectiva imperdível deste grande cineasta que é Johnnie To, cujos filmes continuam incompreensivelmente inéditos no nosso circuito comercial (salas de cinema ou DVD). Esta retrospectiva por si só faz do IndieLisboa 2008 o evento cinematográfico do mês de Abril, aproveitando-se para aconselhar os filmes "The Mission", "PTU", "A Hero Never Dies", "Running Out of Time", "Throw Down" e "The Heroic Trio" sem esquecer de não deixar escapar as suas últimas realizações que são os aguardados "Mad Detective" e "Sparrow".
Mas para além disso, teremos ainda "Sad Vacation", o último Shinji Aoyama, "The Rebirth" de Masahiro Kobayashi, o esperado "Go Go Tales", novo filme de Abel Ferrara, "The Blueberry Nights" do aclamado Wong Kar-Wai (infelizmente uma pequena decepção) e por fim, um dos filmes mais ansiados do festival (pelo menos por mim!), o muito promissor "Let the Right One In" do sueco Thomas Alfredson, um invulgar filme de vampiros com crianças que deverá de certeza ficar na memória (trailer consultável numa entrada anterior).
Portanto, cinéfilos, já sabem o que vos resta fazer e, para isso, podem consultar o calendário e a programação completa do IndieLisboa 2008 clicando na foto acima ou indo aos nossos links.
Bom festival, nós lá estaremos!