sexta-feira, 30 de outubro de 2009

"Avatar": novo trailer

Decididamente, não há palavras...

(clicar na foto para aceder ao trailer)

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

"Invictus": trailer

Após o poster, cá está o trailer do próximo filme de Clint Eastwood, "Invictus", retrato dos primeiros anos de presidência de Nelson Mandela (Morgan Freeman) e da sua procura de unificação da África do Sul nomeadamente através do desporto e da equipa nacional de râguebi liderada por François Pienaar (Matt Damon).
Vamos portanto ter direito a mais um filme profundamente humanista deste grande senhor que é o mítico Clint Eastwood, definitivamente um cineasta surpreendente e imparável.

"Green Zone": Jason Bourne no Iraque

A dupla de sucesso dos últimos 2 filmes da saga Jason Bourne, o realizador Paul Greengrass e o actor Matt Damon, reencontra-se para o filme "Green Zone", história de agentes da CIA no Iraque em missão para desmantelar um tráfico de armas de destruição maciça e que serão envolvidos numa teia de intrigas políticas.
Previsto para estrear nos Estados Unidos no próximo dia 12 de Março 2010, eis o primeiro trailer do filme onde o estilo do cineasta está bem presente mesmo se aparentemente em dose menos frenética do que no "The Bourne Ultimatum" por exemplo.
Enquanto os aficionados esperem por um já prometido quarto episódio da saga do agente secreto amnésico, "Green Zone" deverá ser certamente suficiente para ajudá-los a aguardar com serenidade.

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domingo, 25 de outubro de 2009

"The A-Team": Inglorious Bastards

O excelente Joe Carnahan, realizador revelação do assombroso "Narc" e do jubilatório "Smokin' Aces", está em plena rodagem da adaptação para o grande ecrã da série de culto "The A-Team", cuja estreia já está prevista para 11 de Junho 2010 nos Estados Unidos.
Enquanto se espera um primeiro teaser, aqui está a primeira foto oficial do mítico grupo de mercenários, Col. John "Hannibal" Smith, Lt. Templeton "Faceman" Peck, Cpt. "Howling Mad" Murdock e Sgt. Bosco "B.A." Barracus, respectivamente interpretados por Liam Neeson (que já não precisa de apresentação), Bradley Cooper ("The Midnight Meat Train", "The Hangover"), Sharlto Copley ("Disctrict 9") e Quinton "Rampage" Jackson (estrela de ultimate fighting), elenco ao qual se adiciona a presença feminina da beldade Jessica Biel.
Nas mãos de um cineasta como Joe Carnahan, podemos estar à espera de um filme explosivo que deverá proporcionar grandes momentos de emoção, tanto a nível de humor como de drama. Wait and see...

"Invictus": poster do novo Clint Eastwood

Estreia prevista nos USA: 11 Dezembro 2009.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

"14 Blades": quero ser como o Donnie Yen quando for grande!!!

Preparado para estrear em Hong-Kong em 2010 durante o próximo mês de Fevereiro, "14 Blades" realizado por Daniel Lee ("Black Mask", "Dragon Squad", "Three Kingdoms: Resurrection of the Dragon") é um dos próximos filmes com o incontornável Donnie Yen no papel principal.
O actor marcial mítico da península, o último a manter o nível na sua categoria, inesquecível para qualquer amante do género em filmes como "Once Upon a Time in China II", "Iron Monkey", "Hero", "S.P.L.", "Flash Point" ou ainda "Seven Swords", vai dar mais um baile neste wu xia pian que parece ter muito boa pinta.
Ficam portanto aqui as primeiras imagens de "14 Blades" onde mais uma vez Donnie Yen domina da sua presença todas as cenas, este homem é simplesmente o rei! Enjoy!

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"The Wolfman": segundo trailer

Previsto finalmente para estrear em vários países no próximo dia 10 de Fevereiro 2010, "The Wolfman" continua a ser divulgado aos poucos, aqui com um segundo trailer particularmente comercial para tentar vender o filme ao máximo.
Apesar de uma música moderna desenquadrada e de uma montagem propositadamente rápida e clipesca que revela demasiadas imagens importantes, nomeadamente a aguardada transformação de Benicio Del Toro em lobisomem, "The Wolfman" de Joe Johnston continua a picar a nossa curiosidade com o seu ambiente gótico à la Hammer e a sua promessa de cenas fortes protagonizadas por um elenco cinco estrelas.
A ver vamos o que é que isso vai dar após tantas peripécias de produção e a expectativa criada em ver um bom filme de lobisomens, coisa demasiada rara na história da 7ª Arte.

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sexta-feira, 16 de outubro de 2009

"Edge of Darkness": Payback time

O controverso Mel Gibson está de regresso à frente das câmaras num leading role desde "Signs" de M. Night Shyamalan em 2002. Ocupado com os seus projectos de realização (o última foi a obra-prima bárbara "Apocalypto"), o actor tinha posto de lado as interpretações mas está agora de volta em "Edge of Darkness" de Martin Campbell, o talentoso yesman responsável de "Casino Royale".
O filme apresenta-se como uma mistura de revenge movie e de teoria da conspiração com Mel Gibson a fazer de polícia decidido a vingar a morte da sua filha e que irá assim desvendar uma conspiração a nível governamental.
O primeiro trailer disponível não é particularmente impressionante, privilegiando o lado investigação policial e conspiração política em detrimento da vingança fria e ambígua. Mas espera-se que o produto final apareça mais equilibrado e que Martin Campbell consiga fazer um filme visualmente forte e violento mesmo se o trailer parece mostrar que o filme não nesse sentido.
Previsto para estrear a 29 de Janeiro 2010 nos Estados Unidos, o filme chegará normalmente a Portugal um mês depois, dia 25 de Fevereiro. O melhor até era ter sido o próprio Mel Gibson a realizar, pelo menos teríamos de certeza um resultado final bem dúbio e polémico mas superiormente realizado e emocionalmente empolgante. Wait and see, como diria o outro!

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quinta-feira, 15 de outubro de 2009

"The Expendables": promo trailer

Qual a melhor maneira de festejar o nosso 500º post? Com a divulgação das primeiras imagens de "The Expendables" de Sylvester Stallone, claro!
Estávamos à espera que nem loucos de um primeiro trailer do próximo actioner de mister Rambo e é um promo reel que nos chega. Que dizer sobre este trailer? Apenas que os tempos áureos do filme de acção puro e duro dos Stallone, Schwarzenegger e companhia estão de volta and it's gonna hurt bad!
Estreia nos USA: 20 de Agosto 2010.

(clicar no poster para aceder ao promo trailer)

"Daybreakers": new poster

sábado, 10 de outubro de 2009

"Toy Story 3": the toys are back in town

O próximo filme Pixar, a 3ª aventura "Toy Story", já tem um trailer após um teaser bem simpático que até vimos no cinema.
Agora que Andy vai para a universidade, todos os seus brinquedos são doados a um infantário e Woody, Buzz e companhia preparam-se para enfrentar grandes dificuldades de sobrevivência...
Desta vez o realizador é Lee Unkrich, até aqui co-realizador em filmes como "Toy Story 2", "Monsters Inc." e "Finding Nemo", e este "Toy Story 3" irá estrear nos Estados Unidos a 18 de Junho 2010 em 3-D claro.
E com isto, a Pixar promete mais um momento de grande emoção nas salas de cinema, aliás como todos anos e a cada novo filme. Buzz Lightyear em modo hispânico, já promete!

"Assault Girls": War Games

O mestre Mamoru Oshii, mais conhecido pelos seus trabalhos no cinema de animação ("Ghost in the Shell", anyone?) está a concluir o seu último filme, "Assault Girls", desta vez um filme live à semelhança do assombroso "Avalon" com muitos efeitos especiais à mistura. O filme irá estrear dia 19 de Dezembro no Japão e já temos o trailer definitivo para divulgar cujas imagens deixam antever mais um filme experimental de um cineasta verdadeiramente único e indispensável. Enjoy!

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segunda-feira, 5 de outubro de 2009

"MOTELx 2009": Balanço Dia 3

Sexta-feira 04 de Setembro, 3º dia do Festival MOTELx e programação ultra carregada com 8 longas-metragens, 2 documentários e uma mão cheia de curtas. O dia começa às 15h com uma primeira amostra de curtas-metragens portuguesas em competição, à qual se segue o primeiro filme do dia da Secção Serviço de Quarto, “From Within” de Phedon Papamichael.
Tivemos infelizmente de falhar essa sessão apesar da curiosidade que tínhamos em descobrir o filme. Phedon Papamichael é um conceituado director de fotografia de origem grega que trabalha desde sempre nos Estados Unidos, tendo dado nas vistas com filmes como “The Million Dollar Hotel” de Wim Wenders, “Identity”, “Walk the Line” e “3:10 to Yuma” de James Mangold, “Sideways” de Alexander Payne ou ainda “W.” de Oliver Stone, e a sua segunda longa-metragem “From Within”, série B paranóica influenciada pelo yurei eiga, filme de fantasmas japonês, parece ter muito boa pinta.
O MOTELx começa para nós às 17h com “Pig Hunt” de James Isaac, que escolhemos em detrimento de “Seventh Moon” de Eduardo Sánchez exibido às 17h30, um dos realizadores do famoso “The Blair Witch Project”, o outro sendo Daniel Myrick, que desde então nunca conseguiram sair da categoria de realizadores de segunda zona.
Segunda categoria, é sem dúvida onde se situa também este “Pig Hunt”. James Isaac é quase um veterano da indústria, apesar de ter realizado apenas 4 longas-metragens, que começou na primeira metade dos anos 80 como técnico de efeitos especiais, nomeadamente no design de criaturas junto da Chris Walas Inc. em filmes como “Gremlins” de Joe Dante, “Enemy Mine” de Wolfgang Petersen ou “The Fly” de David Cronenberg, o realizador canadiano recorrendo novamente aos seus serviços em “The Naked Lunch” e “eXistenZ” após os quais até interpretou um papel em “Jason X”, décimo filme da saga “Friday the 13th” realizado por James Isaac.

O cineasta norte-americano é portanto um simpático artesão que actua principalmente no circuito dos DTV e da série B a roçar a série Z, destacando-se do resto dos seus colegas principalmente porque até sabe filmar. Portanto, os filmes de James Isaac nunca são totalmente maus mas também nunca são verdadeiramente bons. Várias coisas, sobretudo planos de câmaras, efeitos de maquilhagem e um espírito fanboy sincero, se aproveitam de “House 3”, “Jason X”, Skinwalkers” e “Pig Hunt” mas no final nenhum é um filme memorável, alguns sobrevivendo por serem guilty pleasures.
E é exactamente o caso deste “Pig Hunt”, um dos seus filmes mais cheap, nomeadamente nos efeitos gore e na caracterização da criatura, um javali gigante que a câmara tenta disfarçar como pode. Esta história de caça de porco selvagem em plena América redneck que acaba por misturar citadinos armados em superior, sulistas pró-Bush sócios da NRA e hippies adeptos do sacrifício humano e da comunhão literal com o espírito da Mãe Natureza até tinha potencial mas tratada no modo da farsa com personagens inexistentes interpretados por actores uniformemente maus, James Isaac passa ao lado do creature feature violento e tenso, carregado de um subtexto político irreverente, que sentimos que quer fazer. Sobra um filme minimamente fun, uma espécie de série Z de luxo com umas filmagens acima da média, nomeadamente uma perseguição de carros e motas pela floresta tecnicamente empolgante. Pelos menos serviu para limpar o cérebro e preparar-nos para o complexo filme seguinte, “Sauna” do finlandês Antti-Jussi Annila.
Mas antes disso, uma palavra sobre o documentário exibido a mesma hora que “Sauna”, “Viva La Muerte! Autopsie du Nouveau Cinéma Fantastique Espagnol” de Yves Montmayeur, convidado do Festival e membro do júri da competição de curtas portuguesas. Tivemos pena de não poder ver esse estudo sobre o incontornável cinema de terror espanhol, a fenomenal qualidade dos cineastas ibéricos e dos seus filmes merecia sem dúvida uma análise digna desse nome.

Após a projecção da curta nacional “Sangue Frio” de Patrick Mendes, tivemos então direito ao filme “Sauna”, pessoalmente um dos filmes da programação que mais aguardava, e de facto, não houve desilusões. O jovem cineasta Antti-Jussi Annila é sem dúvida um realizador de cinema de género muito atípico. Após um primeiro filme, “Jade Warrior”, tentativa de revisitar o género do kung fu movie pelo prisma de uma sensibilidade nórdica, que dividiu aqueles que o viram, “Sauna” é mais uma prova da veia iconoclasta do realizador finlandês, procurando fazer do seu filme uma experiência atmosférica introspectiva que trabalha o espectador sobretudo a um nível psicológico.
Este tipo de abordagem não é nova mas, pelos tempos que correm onde o cinema de género popular, e em particular o cinema de terror, é cada vez mais mastigado, simplificado e percorrido de efeitos imediatos em detrimento de efeitos de medo mais duradouros, as escolhas de Annila acabam por se revelar ousadas e exigentes. Mas se o cineasta consegue a sua aposta é sobretudo porque as bases do seu filme apoiam-se num verdadeiro projecto cinematográfico no sentido de que as imagens são o vector essencial de transmissão dos sentimentos/emoções e mensagens do filme.
Juntando-se ao Pascal Laugier e ao seu “Martyrs” pelo radicalismo do projecto que se propõe concretizar, apesar de uma óptica completamente diferente em termos de armas a utilizar, mas também ao Fabrice Du Welz e ao seu “Vinyan” (do qual falaremos no balanço do 4º dia do Festival) pela depuração total dos códigos narrativos tradicionais substituídos por uma fé inabalável no poder das imagens, Antti-Jussi Annila impressiona pela sua mestria visual e pela capacidade em discretamente aprisionar o espectador nas teias labirínticas da viagem mental ao centro da culpabilidade e da redenção experienciada pela dupla de personagens principais.
A escolha da época retratada (século XVI) e dos locais (fronteira Finlândia – Rússia numa floresta/pântano a perder de vista, austera e debaixo de neve), onde se desenrola a história, participa logo de início na instalação de um clima perturbador e misterioso que progressivamente vai de forma insidiosa contaminar a alma das personagens e, por conseguinte, os espectadores.
Num ambiente medieval realista que ao longo do filme vai transpondo o limiar do fantástico presente em filigrana desde de princípio, aliás a noção de fronteira que está na base da história ganha uma correspondência reflexiva a vários níveis durante o filme (fronteira Finlândia/Rússia, fronteira mundo dos vivos/mundo dos mortos, fronteira culpabilidade/redenção), “Sauna” exige dos espectadores um abandono de si próprio, não através da empatia pelas duas personagens principais (isso é a arma utilizada por Du Welz em “Vinyan”, como o veremos proximamente) porque o fanatismo de um e a fraqueza do outro não o permite, mas sim através do hipnotismo das imagens que, tirando um partido máximo de paisagens carregadas de simbolismos, nos fazem entrar noutro mundo, longe do racionalismo que os temas do filme poderiam deixar antever.
Com um ritmo lento e uma narração introspectiva ao extremo, que Tarkovsky ou Kubrick não teriam renegado, Annila contorna os habituais defeitos inerentes a essas construções diegéticas, quando não são subjugadas, graças a uma câmara que destila, por um lado, o medo do desconhecido e, por outro, o assombro do lado oculto e inconfessável que todos temos dentro de nós. No primeiro caso, os cenários e a atmosfera são decisivos e perfeitamente bem geridos pela realização. No segundo caso, a correspondência tecida pelo cineasta entre as imagens e o conflito interior das personagens causa um profundo impacto sem que o espectador se aperceba de tal de imediato porque o simbolismo e a reflexividade são utilizados de forma muito subtil e em crescendo sem nunca parecerem forçados ou demasiado didácticos, alternando com inteligência níveis de leitura mais ou menos evidentes com caminhos mais obscuros, o que in fine faz de “Sauna” um objecto fílmico fascinante por recusar revelar todos os seus segredos e conseguir certamente crescer a cada nova visão.

E se chegado a esse ponto, alguns ainda duvidam da rigorosa coerência da visão de Antti-Jussi Annila assim como da sua mestria cinematográfica, o final do filme acabará por convencer qualquer um tanto é o choque estético e emocional que o mesmo proporciona, representando o culminar ideal e recompensador de todas as temáticas e reflexões abordadas até aqui. Sem dúvida um dos finais mais arrasadores e inesquecíveis que vimos nos últimos anos, a imparável demonstração da declaração de intenções levada a cabo pelo cineasta ao longo do filme de que as imagens é que devem transmitir tudo, e neste caso, que o preço a pagar pelos nossos erros indesculpáveis é a perda definitiva da inocência, não só a nossa individual mas a de toda a humanidade. Filme exigente e revelador do surpreendente talento do jovem Antti-Jussi Annila, “Sauna” faz parte das melhores propostas que se viram durante o Festival, nada menos.
Depois desta assombrosa sessão, veio mesmo o filme ideal para nos recompormos, um clássico indispensável do cinema gore, the one and only “Re-Animator” de Stuart Gordon. O filme foi apresentado pelo próprio cineasta, o qual apareceu-nos como um homem discreto, humilde e quase surpreso de tanta homenagem para um simples artesão de série B. Claro que Stuart Gordon é muito mais do que isso, aliás porque “Re-Animator”, a sua primeira longa-metragem, foi um marco do género da comédia gore slapstick a par dos filmes de Sam Raimi e de Peter Jackson.

E que dizer que já não foi dito sobre esta adaptação livre de um conto do mestre Howard P. Lovecraft? Pouca coisa, a não ser que é incrível como o prazer se mantém intacto a cada nova visão do filme, o público em delírio da Sala 1 do São Jorge que o diga. Puro produto dos anos 80 que aguentou muito bem os quase 25 anos que já passaram, “Re-Animator” é um filme de puro gozo, sólido na realização e de uma imaginação sem limites no delírio gore, tirando um partido máximo de um budget mínimo. Algumas cenas já entraram no panteão das cenas mais memoráveis do cinema, como a cena da cunilíngua feita por uma cabeça à solta ou ainda toda a cena final na morgue, simplesmente dantesca. O filme também beneficia bastante da carisma muito própria do actor, na altura desconhecido, Jeffrey Combs, que com um único filme se transformaria numa ícone da serie B de terror, o cientifico alucinado Herbert West para sempre. Combs acabaria por ser um dos actores fetiches de Stuart Gordon, um pouco à maneira da dupla Sam Raimi/Bruce Campbell, participando em filmes como “From Beyond”, “Robot Jox”, “The Pit and the Pendulum”, “Fortress”, “Castle Freak”, “Edmond” e “The Black Cat”, episódio da 2ª temporada de “Masters of Horror”. Mas este formidável actor, que também merece uma homenagem, também ficou ligado ao produtor de “Re-Animator”, Brian Yuzna, realizador que se encarregou das 2 sequelas, “Bride of Re-Animator” e “Beyond Re-Animator”, estando prometida uma 3ª há algum tempo intitulada por enquanto “House of Re-Animator”, que veria o Dr. Herbert West (Jeffrey Combs of course) ressuscitar o Presidente dos Estados Unidos. Fala-se do regresso de Stuart Gordon atrás das câmaras, esperemos que assim aconteça.
Convém referir que antes da obra-prima de Stuart Gordon, foi exibido a curta portuguesa “Papá Wrestling” de Fernando Alle. Para além de se revelar uma excelente ideia dos programadores do Festival passar a curta na sessão de “Re-Animator”, já que os dois projectos partilham a mesma irreverência gore, é de louvar o trabalho de Fernando Alle por principalmente ter conseguido levar a sua ideia de partida até ao fim e ter contornado as limitações de um orçamento inexistente para compor maquilhagens particularmente eficazes dadas as circunstâncias. A história segue um miúdo martirizado por um bando de rufias lá da escola que lhe roubam a sua lancheira. Uma vez chegado a casa, a criança queixa-se ao seu pai que por ventura é um bisonte adepto do Wrestling com um look directamente herdado do Santo, célebre lutador mexicano, mas aqui versão cor-de-rosa. Quando o Papá Wrestling do título reencontra o bando de putos que roubaram o seu filho, é um verdadeiro massacre que espera os rufias. Ver a criança que faz de filho do Papá Wrestling rir à gargalhada na sala enquanto no ecrã os seus camaradas são literalmente desfeitos vivos sem que nos sejam escondidos quaisquer pormenores, foi sem dúvida um grande momento! Para ver e rever clicando aqui: "Papá Wrestling".
Para acabar a noite, duas sessões à escolha: o tailandês “4Bia” com 4 segmentos dirigidos por 4 realizadores diferentes, explorando o conhecido género do filme de fantasmas, ou a dupla sessão com o japonês “Yoroi: Samurai Zombie” de Tak Sakaguchi (penso que está tudo no título!) e com o britânico “Mum & Dad” de Steven Sheil, mais um exemplo do terror social caro aos nossos amigos ingleses.
Já que o cansaço se começa a fazer sentir, esperando-nos mais 2 dias de Festival bem recheados, e como também já vimos o “Mum & Dad” de Steven Sheil (do qual já falaremos), optamos pela quadrupla mini-dose de cinema de terror tailandês, aliás porque temos acompanhado a carreira da dupla de realizadores Banjong Pisanthanakun/Parkpoom Wongpoom, aclamados pelo filme “Shutter”, representante de qualidade do género agastadíssimo do ghost movie, e cujo segundo filme, o eficaz “Alone”, foi exibido o ano passado no MOTELx.

“4Bia” é portanto uma amostra bastante diversificada do que o género tem para dar no seu berço de origem, ou seja, o continente asiático e aqui em particular, a Tailândia. Os 4 segmentos poderão dividir-se da seguinte forma, o primeiro “Happiness” e o último “Last Fright” representam a vertente tradicional do género com aparições assustadoras regulares e motivações reveladas do fantasma, o segundo segmento “Tit for Tat” quer-se mais moderno na realização e assume-se quase como um filme de acção sobrenatural com mais gore do que o habitual para o género, por fim, o terceiro segmento “In the Middle” tem por objectivo a desconstrução do género com artifícios de argumento auto-reflexivos e self-conscious.
À semelhança de outros exemplos de filmes plurais divididos em segmentos, como “Three” de Kim Jee-Won, Nonzee Nimibutr e Peter Chan ou “Three... Extremes” de Takashi Miike, Fruit Chan e Park Chan-Wook para citar os exemplos mais recentes, “4Bia” é prejudicado pela disparidade de qualidade entre os segmentos. Se no final, o balanço acaba por ser relativamente positivo, destacam-se facilmente o primeiro e o terceiro segmentos, enquanto o último segmento é aceitável e o segundo, um fracasso.
Com a sua história de uma jovem rapariga imobilizada em casa após um acidente de táxi e que troca mensagens por sms com um desconhecido, “Happiness” de Youngyooth Thongkonthun (os dois filmes da saga “The Iron Ladies”) não inventa mas aplica com uma eficiência surpreendente todos os códigos do género. Crescendo progressivo do ambiente de terror, câmara certeira no seu posicionamento, utilização judiciosa e parcimoniosa da cenas de susto com um excelente recurso à escuridão e um ligeiro twist final sujeito à interpretação, não inovador, mas suficientemente bem gerido para convencer. Notável e conseguida tentativa de filme de fantasmas e sem dúvida um bom começo para esta antologia.
Mas o segundo segmento “Tit of Tat” de Paween Purikitpanya (“Body #19”) vem infelizmente resfriar os ânimos. Se a tentativa de modernizar um género por vezes demasiado preso aos seus códigos internos é digna de reparo, o resultado no ecrã é particularmente falhado. A história é tradicional com um grupo de alunos objectos da vingança de um fantasma de outro aluno que atormentaram até matá-lo por acidente mas o tratamento visual assemelha-se à actual estética do torture porn à la “Saw”, ou seja, câmara epiléptica, fotografia saturada de cores fortes e recurso ao gore digital. Resulta um segmento extremamente cansativo e histérico com efeitos especiais digitais mal executados que prejudicam completamente a credibilidade da história.
Chega então o terceiro segmento, “In the Middle” de Banjong Pisanthanakun (“Shutter”, “Alone”), e voltamos à qualidade e à inteligência do cinema tailandês que apreciamos. Aventurando-se no terreno arriscado do filme auto-reflexivo que brinca com os códigos do género e passa o seu tempo a piscar o olho ao espectador, “In the Middle” safa-se surpreendentemente bem graças a um ritmo narrativo rápido, piadas que têm mesmo piada, uns actores em sintonia perfeita com o tom do filme, uns sustos eficazes e um twist final bem apanhado. Sem falsas ironias ou desdém pelo género, “In the Middle” cumpre o seu objectivo sem problemas, fazer rir e assustar ao mesmo tempo, o que nunca é fácil.
Para acabar, temos “Last Fright” de Parkpoom Wongpoom (“Shutter”, “Alone”) que conta a história de uma hospedeira que terá de enfrentar sozinha e em pleno voo o fantasma da mulher do seu amante. “Last Fright” demonstra também alguma eficácia, aliás porque o seu realizador sabe compor cenas de susto, mas não convence tanto como os melhores segmentos desta antologia porque falha em interessar-nos pelo suposto calvário da sua personagem principal e sobretudo porque não consegue evitar alguma previsibilidade dos acontecimentos. “4Bia” conclui-se portanto com um segmento à sua imagem global, ou seja, uma antologia eficaz mas que nem sempre convence. Uma sequela já está em preparação, veremos qual será desta vez o resultado, aliás porque o cinema tailandês de género merece toda a nossa atenção. De referir que a sessão de “4Bia” era antecedida por mais uma curta portuguesa em competição, “A Aposta” de Vasco Sequeira cujo trabalho visual se revelou acima da média dos seus concorrentes.

Para encerrar este dia 3 do MOTELx 2009, uma palavra sobre “Mum & Dad” de Steven Sheil que já tínhamos visto e que faz prova mais uma vez do excelente momento que atravessa o cinema de género inglês.
Primeiro filme do londrino Steven Sheil, realizado por uns míseros 125.000 Euros, “Mum & Dad” está completamente em contra-corrente com o que o seu plot poderia deixar antever. Nas mãos de um estúdio de Hollywood com um tarefeiro qualquer atrás das câmaras e teríamos direito ao habitual dilúvio de gore filmado a videoclip da MTV sem nenhum nível de leitura ou crítica social. Mas isto não corresponde de facto em nada ao projecto de Steven Sheil que, para além de restrições orçamentárias evidentes, procurou reinterpretar alguns clássicos do cinema de terror dos anos 70 através do prisma do que conhece, o realismo social britânico na sua vertente mais sórdida.
Assim, é convocado o fantasma do incontornável “The Texas Chain Saw Massacre” de Tobe Hooper, influência evidente de um Steven Sheil que recusa os efeitos grandiloquentes para privilegiar um ambiente realista directamente herdado da escola do cinema social britânico (Ken Loach, Mike Leigh e companhia) no intuito de esgaravatar os males escondidos da sagrada instituição que representa a família. Em consonância com as démarches de um Shane Meadows ou do recente "Eden Lake" de James Watkins, Inglaterra está aqui debaixo da câmara analítica de Steven Sheil que questiona sem julgar sobre o que se passa na cabeça dos seus compatriotas, o que resulta num filme particularmente doentio e ambíguo mas sempre subtil.
Mesmo se o cineasta nem sempre evita algumas quebras de ritmo dado o seu filme passar-se num único local, “Mum & Dad” instila devagar mas seguramente um clima opressivo e perturbador que se revela mais profundo e dourador por assentar não em efeitos in your face e graficamente violentos mas sim em pequenas escolhas certeiras como a cena do dedo do pé ou o pormenor de um filme pornográfico a passar na televisão como pano de fundo de um jantar familiar à partida banal.
Banal é aliás a palavra perfeita para descrever o que tanta perturba neste filme. Os pais do título do filme são à partida pessoas iguais a tantas outras, a casa onde vivem também, as suas aspirações de vida igualmente, tudo à volta deles faz parte do quotidiano de toda a gente. Só que aos poucos e de forma inteligentemente regrada, tudo se revela diferente, doentio, imundo, revoltante, pervertido.

No final, “Mum & Dad” poderá sofrer da sua condição de pequeno filme mas Steven Sheil soube sem dúvida tirar partido dessa condição e, também graças a um elenco muito inspirado, fez um filme credível e particularmente convincente no retrato de uma família aparentemente normal mas pervertida até ao tutano, proporcionando um olhar desabusado sobre questões ainda tabus nas nossas sociedades através de uma economia de efeitos impressionante. Os cineastas britânicos têm sido exímios nesse aspecto, desmarcando-se assim de cinematografias de outras nacionalidades ao conquistar um lugar à margem dentro do género e relembrando um dos princípios fundamentais do cinema de terror, fazer reflectir o espectador sobre a nossa sociedade.
É agora mais um dia pleno que nos espera amanhã Sábado, penúltimo dia do Festival, onde se destacam vários filmes muito aguardados, nomeadamente “Vinyan” de Fabrice Du Welz, “Deadgirl” de Marcel Sarmiento e Gadi Harel, “Pontypool” de Bruce McDonald ou ainda “Macabre” dos Mo Brothers. Stay tuned!

domingo, 4 de outubro de 2009

"Shutter Island": segundo trailer

Novo trailer do "Shutter Island" de Martin Scorsese e nova amostra que a adaptação cinematográfica do livro de Dennis Lehane vai ser uma autêntica bomba de suspense atmosférica e uma viagem sem regresso aos confins da loucura humana.
Adiada a estreia do filme para 19 de Fevereiro 2010 nos Estados Unidos (estreia nacional à partida no mesmo mês) por causa da crise segundo declarações da produtora Paramount, vai ser difícil esperar com calma o novo filme da dupla incontornável Martin Scorsese/Leonardo DiCaprio.

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quinta-feira, 1 de outubro de 2009

"The Crazies": Zombieland

Previsto incialmente para estrear nos Estados Unidos a 25 de Setembro, o remake do filme de George A. Romero, "The Crazies", realizado por Breck Eisner com Timothy Olyphant e Radha Mitchell nos papéis principais irá finalmente estrear em 26 deFevereiro 2010 e acaba de começar a sua promoção com a divulgação do primeiro trailer do filme.
Aparantemente muito diferente do filme original, esta nova versão apresenta-se como um filme de zombies da nova geração. em linha directa com o remake "Dawn of the Dead" de Zack Snyder ou o díptico "28 Days Later"/"28 Weeks Later".
O trailer é bastante eficaz e recupera a estética das actuais produções do género com uma fotografia trabalhada e uma violência gore acima da média dos produtos de estúdio. Resta ver o que é que isto dá, pelo menos parece boa ideia fugir do excelente filme original e tentar fazer uma versão própria, esperemos nós, conseguida.

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